sábado, 15 de abril de 2017

Digno é o Cordeiro



"Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças." Apocalipse 5:12

Neste domingo de Páscoa, em que o mundo destaca a figura do coelho e não a figura do verdadeiro e único protagonista da Páscoa, o Cordeiro, escrevo este breve artigo sobre Jesus, o Cordeiro de Deus.

A primeira vez em que aparece um sacrifício de um animal na Bíblia é em Gênesis 4:4, onde Abel, um pastor de ovelhas, ofereceu a Deus um sacrifício e o mesmo foi aceito, ao contrário do seu irmão Caim.

No desenrolar da narrativa bíblica, Deus chama Abraão para, através dele, separar um povo para si dentre todos os demais povos da Terra. Abraão não tinha filhos. Como, então, poderia ser pai de uma grande nação como Deus lhe prometera? Ora, pra Deus nada é impossível, e Sara, sendo de idade avançada, concebeu a Isaque, o filho da promessa. Quando Isaque já era um jovem, o Senhor prova a fé de Abraão, quando lhe pede o seu filho em sacrifício. E Abraão obedece, crendo que Deus era poderoso para até dos mortos ressuscitar a Isaque, e sobe ao monte para sacrificar a seu filho. Isaque, vendo todos os utensílios para o sacrifício, mas não vendo o cordeiro, pergunta a seu pai: "Pai, onde está o cordeiro?" (Gen 22:7). A resposta de seu pai foi: "Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho" (Gen 22:8). Deus não permitiu que Abraão sacrificasse a seu filho, mas a pergunta de Isaque e a resposta de Abraão apontavam profeticamente para um só: Jesus, o Cordeiro de Deus.

Mais tarde, quando Deus levanta Moisés como libertador do povo hebreu da escravidão do Egito, na noite em que o povo de Israel seria liberto da escravidão, o Senhor instrui a Moisés acerca da Páscoa (que significa "passar por cima"), onde um cordeiro de um ano, macho, sem mancha e sem defeito, após conviver com cada família por cinco dias, deveria ser sacrificado, cozido, comido completamente com ervas amargas e pães asmos, e o sangue do cordeiro deveria ser passado nas vergas e no umbral da porta. Naquela noite, o anjo destruidor passaria por toda a terra do Egito e nas casas onde não houvesse a marca do sangue do cordeiro, o primogênito (filho mais velho) tanto humano como até os animais, morreria. Mas na casa onde houvesse a marca do sangue do cordeiro, o destruidor passaria por cima, livrando aquela família da morte dos primogênitos. E assim aconteceu. Enquanto no Egito houve grande clamor e pranto, para os hebreus aquela noite foi uma noite de alegria, livramento e libertação. Após quatrocentos anos de escravidão, eles, finalmente estavam livres!

Na lei que Deus deu a Moisés, o sacrifício era parte central do culto. Para cobrir os pecados do povo, ano após ano, um inocente cordeiro deveria morrer. O autor da carta aos Hebreus afirma que "é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecado" (Heb 10:4). Então, por que Deus exigia os sacrifícios na lei mosaica? Para apontar para o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29) como afirmou João Batista.

Jesus veio ao mundo, se faz carne e habitou entre nós. Ele sofreu em nosso lugar, carregou sobre si nossas iniquidades, levou sobre si nossas dores e maldições. Foi afligido em toda a sua vida, traído por Judas, negado por Pedro, abandonado por todos. Sentiu em seu corpo e em sua mente o peso da ira de Deus sobre o pecado que não era dele, porquanto ele jamais pecou, mas era nosso. Sentiu-se angustiado até a morte no Getsêmani, tanto que suou gotas de sangue. Sentiu o abandono na cruz, a solidão, o vazio do distanciamento de Deus por conta do pecado, tanto que exclamou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?". Ele tomou o lugar que era nosso. Ele morreu em nosso lugar.

A morte de Jesus não era o fim, mas apenas o começo de um novo tempo, em que a morte e o pecado não tem mais poder para aqueles que creem que o sacrifício de Jesus é suficiente para sua salvação. A morte foi vencida. O príncipe deste mundo, a serpente, o diabo, teve sua cabeça esmagada na cruz, onde Ele, Jesus, trinfou sobre todas as potestades e principados.

A morte não poderia deter a própria Vida. Ao terceiro dia, Ele ressuscitou. Está vivo. Aleluia!

Quem crer nele, nasce de novo, passa da morte para a vida, é transportado do reino de trevas para o Seu Reino eterno, é declarado justo diante de Deus pela justiça que há no próprio Jesus, tem paz com Deus, pode descansar na salvação de Deus e será livrado da ira de Deus no grande Dia do Senhor.

A obra de Cristo na cruz está consumada. É perfeita, eterna e suficiente. Nada mais a ser acrescentado. Nenhum sacrifício precisamos fazer. Devemos apenas crer nele, crer que não há nada em nós digno do amor de Deus, que nenhuma boa obra pode nos garantir a aprovação e a salvação de Deus. Somente, confessando que Jesus é o Senhor e Salvador de sua vida, como afirmou o apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos, capítulo 10, verso 10: "Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.".

Digno, sim, digno é o Cordeiro, que foi morto e reviveu de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.

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